De fato desde o início do século, a temperatura média do planeta aumentou em 0,5 ºC, sendo que aproximadamente a metade desse valor desde 1960. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (E.P.A.) determinou que os 10 anos mais quentes do século ocorreram nos últimos 15 anos, e que 1998 foi o ano mais quente de todos. O nível médio dos oceanos aumentou entre 5 a 12 cm, sendo que 40% desse valor foi devido ao derretimento das geleiras em montanhas. O restante é devido à expansão do volume de água devido ao próprio aumento de temperatura (dilatação). Se todo o gelo dos pólos se derreter (hipótese altamente improvável), o nível médio dos oceanos aumentará em mais de 80 metros, submergindo todas as cidades costeiras do mundo, e engolindo ilhas e zonas costeiras inteiras (o estado da Flórida e a Holanda, por exemplo, praticamente desapareceriam debaixo das águas!). A quantidade de precipitação de chuvas tamb&ea Bengladesh, apenas 0,04 toneladas). Europa e Japão contribuem com 20% adicionais.
As adeptos dessa teoria dizem que se nada for feito para coibir as emissões de CO2 pela atividade humana, a Terra poderá esquentar até 3,5 º C nos próximos anos. Pode parecer pouco, mas seria um aumento catastrófico, principalmente para a modificação de ecossistemas e a para a extinção de centenas de milhares de espécies de vida, inclusive a erradicação de milhões de quilômetros quadrados de florestas no hemisfério norte.
Todas essas afirmações, no entanto, têm sido o objeto de uma enorme polêmica. Muitos cientistas acham que os dados que os ambientalistas brandem com tanta veemência na condenação do progresso material e industrial, são refutados por muitos estudos sérios. Não existe de forma tão clara essa alegada relação entre atividade humana, aumento de gases atmosférico e aquecimento global. Nenhum sequer desses elos foi claramente comprovado até agora, e existem até evidências em sentido contrário. Por exemplo, cerca de 12.500 anos atrás, a temperatura média da terra subiu mais de 20 graus em apenas 50 anos; apenas devido a causas naturais (desconhecidas até hoje, mas suspeita-se que possa ter sido um aumento da atividade solar). Na chamada "Pequena Idade Glacial", que começou no século 17, a temperatura terrestre chegou a ser dois graus menor do que agora, sem que a humanidade tenha se extingüido. Portanto, 0,5 grau de aumento em um século significa apenas uma pequena variação, que tanto poderia ser para cima como para baixo, e que não é necessariamente causada pelo ser humano. Embora o nível de CO2 esteja realmente aumentando na superfície do planeta (e pode ser que seja mesmo o resultado da queima aumentada de combustíveis fósseis, principalmente pelos automóveis), isto não está ocorrendo nas partes superiores da atmosfera, onde ocorre o efeito-estufa. Além disso, o vapor de água que existe nessas regiões é o maior responsável pelo efeito, e não o CO2 ou o gás metano, como se pensava.
Outra falha na argumentação sobre o efeito do CO2: os ambientalistas apresentam apenas o quanto é emitido a mais pela atividade humana. Geralmente não citam o que realmente fica a mais na atmosfera, pois existem muitas fontes naturais de absorção: as florestas e os mares, por exemplo. De fato, existem evidências que as florestas do norte dos EUA absorvem mais CO2 (2 bilhões de toneladas por ano) do que é gerado (1,7 bilhões). Um dos motivos é que os ecossistemas terrestres são precisamente auto-regulados: quando aumenta o CO2 na atmosfera estimula-se o crescimento das árvores e outras plantas, que por sua vez passam a remover mais CO2.
O ambiente terrestre e a vida podem ser muito mais estáveis e resistentes do que imaginamos. Ao mesmo tempo, em periodos relativamente curtos, podemos passar por grandes modificações. É cedo, ainda, para apontar o dedo para os culpados. Mas, de qualquer forma, tentar diminuir a poluição é sempre uma boa meta.
Publicado em: Jornal Correio Popular, Campinas, 8/9/2000.
Copyright © 2000 Correio Popular, Campinas, Brazil