A investigação científica sistemática das relações causa-efeito em muitas áreas deu origem a um conceito verdadeiramente revolucionário, já na segunda metade do século XX: a das relações de interdependência entre fenômenos naturais e culturais. Em palavras simples, seria uma conseqüência das cadeias de causação, que fazem uma coisa causar outra, que causa outra, que causa outra, e assim por diante. A mente humana é biologicamente muito restrita para enxergar relacionamentos de longo alcance. O máximo que conseguimos identificar e pensar é uma cadeia causal de dois a três elos, nos eventos do dia-a-dia, e de cinco a seis elos, em conhecimento científico. No entanto, essas cadeias têm comprimento praticamente infinitos e são interrelacionadas de forma extremamente complexa, no tempo e no espaço.
Eu comecei a pensar nesses problemas ao ler a notícia de mais uma erupção vulcânica em andamento nas Filipinas. Uma grande erupção vulcânica pode causar efeitos no outro lado do planeta. A explosão do vulcão Krakatoa, no século passado, no Oceano Pacífico, gerou uma nuvem de cinzas que diminuiu a temperatura média da Terra em 4,5 graus Celsius, levando a invernos extremamente severos na Europa. Isso, por sua vez, causou o aumento de gravitacional nos primórdios da formação do sistema solar, cinco bilhões de anos atrás. Os oceanos são o resultado da água resultante em grande parte do gelo derretido de cometas que colidiram com o planeta no passado. A água não evapora nem gela porque a Terra está a uma distância muito precisa do Sol, de tal forma que é o único que.
Publicado em: Jornal Correio Popular, Campinas, 9/7/1999.
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