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Como ficou a computação no ano 2000?

Renato Sabbatini

Em 21 de outubro de 1997, há exatos três anos, escrevi aqui em minha coluna no Caderno de Informática do Correio Popular como eu enxergava a capacidade computacional que estaria disponível no ano 2000, e que estaria sendo vendida por uns 2.500 dólares (http://www.epub.org.br/correio/cp971021.html). Tive a divertida idéia de rever essas previsões e analisar onde acertei e errei.
 
Acertei: disco rígido de 20 gigabytes, UCP com processadores de 64 bits, memória central de 128 megabytes, unidade de disco DVD, modem de cabo óptico de 2 megabits/segundo, integração transparente com TV e rádio, tela plana de 21 polegadas, câmara de vídeo colorida embutida.
 
Errei: 300 MHz de velocidade (fui modesto demais: já temos chips com mais de 1 GHz); combinação impressora/scanner embutida (essa previsão não deu certo por motivos comerciais, e provavelmente nunca será implementada, embora muitas configurações à venda já incluam esses dois componentes no preço acima), placa de rede de 450 megabits/segundo (essa eu errei feio. Mesmo as redes corporativas mais velozes ainda não passaram do OC3, ou seja, 155 Mbps. O motivo, novamente, é o alto preço da infra-estrutura. Mas com dois ou três anos mais chegaremos a este patamar), reconhecimento eficiente de voz e de escrita manual (existem, mas ainda são pouco eficientes e pouco utilizados), software de Inteligência Artificial para a personalização do sistema operacional e para navegação na Internet (também ainda não existem, pelo menos no nível que eu imaginei), comunicação digital via satélite com mini-antena parabólica (já existe e é barata, através do DirectPC, mas inexplicavelmente, ainda não existe no Brasil).

Antes que você me achem óbvio demais em minhas previsões (é sempre assim quando a gente acerta…), é bom lembrar que em outubro de 1997 os microcomputadores mais avançados à venda por 2.500 dólares eram PCs Pentium com 150 MHz, 16 Mb de memória, processador de 32 bits, disco de 500 megabytes, vídeo comum de 15 polegadas, placa de rede de 10 megabits/segundo, modem de 33 Kbps., e comunicação com a Internet apenas por via telefônica.

Se alguém quiser arriscar a dar um palpite como serão os computadores em 2005, escrevam para mim (sabbatin@nib.unicamp.br). Tirarei uma média e escreverei outro artigo. Depois, quando chegar a época, veremos quem acertou!
 



Renato M.E. Sabbatini é professor e diretor associado do Núcleo de Informática Biomédica da Universidade Estadual de Campinas, colunista de ciência do Correio Popular, e colunista de informática do Caderno Cosmo. Email: sabbatin@nib.unicamp.br

Veja também: Índice de todos os artigos anteriores de Informática do Dr. Sabbatini no Correio Popular.



Publicado em: Jornal Correio Popular, Campinas, 13/10/2000 .
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