Uma História Moderna dos Computadores
Renato M.E. Sabbatini
Os minicomputadores
Se a primeira geração de computadores foi baseada em válvulas
eletrônicas, a segunda já foi baseada nos transistores, muito
menores e mais compactos. Os computadores acompanharam essa tendência,
ficando também mais baratos. Na década dos 60, os minicomputadores
surgiram com a terceira geração, que se diferenciavam das
anteriores por usar uma nova e revolucionária invenção
da eletrônica; os circuitos integrados. A empresa Digital Equipments,
a Hewlett-Packard, a Data General e outras se destacaram nesse mercado,
oferecendo juntas mais de 80 % de todos os minicomputadores no mundo. Eles
tiveram grande impacto na automação das indústrias,
das universidades e centros de pesquisa, dos hospitais, etc.; basicamente
pelo seu custo menor, mas também pela maior facilidade de uso e
programação. Muitas das tecnologias desenvolvidas para os
minicomputadores foram os antecedentes do que foi adotado pela próxima
geração, a dos microcomputadores.
História dos microcomputadores
O grande salto na história da Informática foi dado por uma
empresa chamada Intel, que inventou o primeiro microprocessador, ainda
de 4 bits, por volta de 1973. Posteriormente, a mesma empresa desenvolveu
o Intel 8080, que foi a base de dezenas dos primeiros modelos comerciais
de microcomputadores a atingir o mercado americano a partir de 1974. Em
1976 surgiram os primeiros computadores pessoais, como o Apple, que fez
enorme sucesso, e o TRS-80. Com preço baixo e boa capacidade para
jogos e aplicações educacionais, eles eram voltados principalmente
para o mercado doméstico, mas logo passaram a ser úteis também
nas aplicações empresariais, graças à adição
de periféricos mais profissionais, como disquetes e impressoras.
No Brasil
A informática no Brasil existe há bastante tempo, com a presença
de multinacionais, como a IBM, a Univac e outras, desde a década
dos 60s. Com o regime militar, entretanto, surgiu a necessidade de uma
indústria autônoma de computadores, e foi delineada uma política
de reserva de mercado, que obrigava que apenas fabricantes nacionais ocupassem
o nicho de mercado dos micro e minicomputadores. Essa política teve
o forte apoio dos militares, políticos e pesquisadores, e logo deu
origem à SEI - Secretaria Especial de Informática, que ampliou
a Política Nacional de Informática. Os microcomputadores
pessoais (geralmente clones de máquinas americanas) passaram a ser
fabricadas em 1981. De alguns anos para cá, a reserva de mercado
foi revogada, e o Brasil se abriu para os fabricantes internacionais e
para a importação irrestrita de equipamentos. No entanto
a política de reserva deu seus frutos, como a criação
da empresa COBRA (Computadores Brasileiros SA) e outras, e a capacitação
de engenheiros e de técnicos brasileiros em todos os setores da
Informática, o que torna o Brasil muito mais avançado em
relação aos demais países em desenvolvimento.
A História da Internet
A Internet nasceu na década dos 70, como resultado de um projeto
do Ministério da Defesa norte-americano, de desenvolver uma rede
de computadores que conseguisse resistir em parte a um ataque atômico
ao país. Em 1985, essa rede, chamada ARPANet, já interligava
centenas de universidades e centros de pesquisa nos EUA, e alguns no exterior.
Ela foi então transformada no que é a Internet hoje, com
um projeto da National Science Foundation, e se internacionalizou maciçamente,
crescendo exponencialmente. No Brasil, ela se iniciou através de
um projeto do CNPq, chamado Rede Nacional de Pesquisa (RNP). Em 1994, foi
aberto o acesso aos provedores e usuários comerciais (no Brasil,
em 1995), e daí em diante a Internet se popularizou enormemente.
O Futuro
Os especialistas são unânimes em dizer que o futuro da Informática
depende fortemente da expansão da Internet, e do desenvolvimento
de máquinas cada vez menores, cada vez mais potentes, e cada vez
mais baratas. O uso de fibras óticas e de satélites para
acessar a Internet será cada vez mais comum, eventualmente dispensando
as ligações telefônicas. A implementação
de redes de satélites (200 ou mais) cobrindo todo o planeta, com
o Iridium e o Teledesic, facilitará em muito as telecomunicações
virtuais de qualquer ponto. As vcelocidades de transmissão serão
200 a 300 vezes maiores do que hoje, e permitirão a transmissão
de programas de radio e TV, videoconferências, etc., através
da Internet. Os softwares também ficarão cada vez mais sofisticados,
e algumas características da Inteligência Artificial, como
o reconhecimento automático de voz, a tradução automática,
etc. serão comuns no futuro, em computadores pessoais.
Autor: Email: sabbatin@nib.unicamp.br
WWW: http://nib.unicamp.br/~sabbatin
Copyright © 1998 Renato M.E. Sabbatini, Campinas, Brazil