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MEDICINA
PORQUE A HOMEOPATIA INCOMODA
Matheus Marim
Escolhemos o título acima, porque como
praticantes de uma atitude médico-filosófica que vê
o ser humano como uma unidade e integrado ao todo, jamais conseguimos nos
furtar ao diagnóstico sistêmico. É hábito do
homeopata o diagnóstico em sua totalidade, das partes integradas
ao todo, buscando o porquê em tudo, até em um simples artigo
de um simples jornal de uma simples cidade que integra o nosso pequeno
planeta, diga ele respeito ou não à homeopatia.
Inicialmente a homeopatia começou incomodando as religiões,
pois quando Hahnemann experimentou substâncias em humanos, observou
o aparecimento de sintomas físicos e psíquicos, estes últimos
eram tidos até então como instâncias da alma e portanto
propriedade dos religiosos. Além de destruir o tácito acordo
entre medicina e religião, onde médicos cuidavam dos males
do corpo e os religiosos dos males da alma, resgatou também a unidade
que é o ser. Foi a primeira prova testemunhal na medicina ocidental
da comprovação dessa unidade. Percebemos aí que com
apenas um experimento ele virou de pernas para o ar a ciência e a
religião da sua época. Experimentou em humanos e acessou
a alma, resgatou a unidade.
Mas a homeopatia incomoda principalmente ao capital. Calcula-se que
o PIB mundial esteja em torno de US$ 25 trilhões, dos quais US$
8 trilhões em mãos de 200 mega empresas, sobrando os restantes
US$ 17 trilhões para o "resto" do mundo (empresas e nações,
inclusive USA). Neste bolo de US$ 25 trilhões, a indústria
farmacêutica é a que abocanha o maior percentual, constituindo-se
assim em um dos importantes pilares do capital e da globalização
que hora se pretende. Remédios para todos.
Para manter o "status-quo", o capital tem na mídia
o seu principal arauto e de-formador de opinião (considero-a a maior
e melhor quadrilha organizada do planeta), veiculando ela todos os seus
interesses, defendendo, omitindo, informando parcialmente e deformando
sempre que necessário. Considero uma ingenuidade encarar como acidental
qualquer artigo sobre qualquer assunto que incomode o capital. Sempre há
uma intencionalidade por detrás deles: a destruição
por detrás de uma falsa polêmica e sempre com poucos argumentos
de defesa, pois o acesso à mídia é convenientemente
negado, a última palavra sempre é a do capital.
Diretamente interessada na área da "saúde",
a indústria farmacêutica com seus trilhões, "ampara"
as instituições de pesquisa, os hospitais, os pesquisadores
etc. desde que estes rezem exatamente de acordo à sua cartilha.
As amostras-grátis, os coquetéis, as viagens, os financiamentos
à pesquisa, suporte às universidades, só têm
uma intenção, vender mais remédios, e sabemos que
remédios nem sempre significam saúde. Qualquer movimento
que ouse questionar é sutilmente atraído e se morder a isca...
destruído. Não podemos esquecer que o relatório Flexner
foi sutilmente encomendado por Rockfeller II.
A homeopatia incomoda muito mais às ciências médicas,
uma vez que estas se constituem no principal objeto e escudo de defesa
da indústria farmacêutica. A medicina convencional atual está
centrada no diagnóstico das doenças de um doente, remédios
para doenças, quanto mais doenças mais remédios. O
paradigma homeopático é outro, é a medicina do doente
com suas doenças, é a medicina da resubjetivação
do sujeito onde as doenças apreendidas nas suas origens psíquicas
mais profundas, somente se atenuarão e/ou desaparecerão à
medida que o doente for se curando como um ser integral que é. Tratar
doenças com remédios homeopáticos não faz sentido,
o resultado será sempre igual ao emprego do placebo como estamos
cansados de ver em inúmeros trabalhos que teimosamente tentaram
provar a eficácia da homeopatia fora da sua episteme.
Daí a dificuldade em o cientificismo atual avaliar a homeopatia
e daí também a recusa da homeopatia em aceitar as reducionistas
avaliações da atual metodologia da pesquisa em humanos.
Atualmente os critérios de regularidade e repetição
minuciosamente analisados são utilizados como parâmetros do
científico. Regularidade e repetição são observadas
nas experimentações homeopáticas. As substâncias
homeopáticas são experimentadas em humanos sadios e não
em animais. Uma mesma substância experimentada em várias pessoas
de diferentes regiões e países, em estudos duplo-cegos, embora
diluídas até 50 mil vezes produzem nesses experimentadores
sintomas que se repetem com regularidade e repetição, isso
é o que constitui a nossa matéria médica.
Esses mesmos medicamentos quando prescritos às pessoas doentes
só os ajudam quando houver similaridade com a Unidade que é
o doente. Regularidade e repetição na pesquisa. Regularidade
e repetição na Clínica da Similitude com o doente.
Por outro lado, na pesquisa clínica, não aceitamos os duplo-cegos
e triplo-cegos que se concentrem em apenas uma doença de uma pessoa
que é um Universo. Consideramos esses estudos totalmente cegos.
A cegueira consiste no reducionismo de olhar apenas uma úlcera,
uma bronquite asmática, uma insônia, uma artrite reumatóide,
deixando de lado o ulceroso, o asmático, o insone, o artrítico
que está por detrás disso. Esse reducionismo é imposto
à ciência como uma forma de afastá-la da Unidade que
é o ser.
Qual a vantagem em se fechar uma úlcera sem resolver a dinâmica
profunda que a provocou? Teremos para o futuro um ex-ulceroso portador
de patologias mais sérias uma vez que a sua problemática
profunda como sujeito não foi resolvida. Nos recusamos a participar
de estudos que não encarem o sistema aberto que é o ser.
Por que a medicina convencional não ousa enfrentar os sistemas abertos
ao invés de trabalhar com modelos reducionistas? Simplesmente porque
todo o edifício ruirá.
Não é à toa que bilhões estejam disponíveis
para que se pesquise apenas aquilo que não saia fora do reducionismo.
Calcula-se que 95% dos trabalhos publicados na área das ciências
médicas são total ou parcialmente patrocinados pelos laboratórios
farmacêuticos e as revistas que os veiculam cobrem seus custos com
os anúncios dos mesmos.
A homeopatia incomoda um pouco menos à física, pois os
físicos são muito hábeis em cambalhotas, vivem colocando
o mundo de pernas para o ar. Sabem que o medicamento homeopático
veicula uma informação mas que ainda não dispõem
de um eficiente instrumental para sua avaliação. Atualmente
a Ressonância Nuclear Magnética, após dez longos anos
de experiências, começa a mostrar os primeiros resultados
confiáveis.
Não compete pois aos homeopatas comprovar a natureza de seus
medicamentos nem sua maneira de atuação, fá-lo-ão
a física, a bio-física, a físico-química, uma
vez que estamos trabalhando com grandezas de ordem freqüencial. O
medicamento homeopático veicula uma informação e não
é nossa culpa se o instrumental da física ainda não
conseguiu demonstrá-lo. Não seremos nós que o faremos.
Não há nada de mágico nas diluições
homeopáticas, apenas uma informação.
Recentes experiências em unidades de pesquisa norte-americanas
têm demonstrado que motores têm sua vida útil prolongada
quando lavados com água dinamizada a partir das substâncias
e gases que os danificam. A medicina não mudará por nossa
causa, mas apenas quando os físicos anunciarem que existe uma outra
maneira de acessar os seres vivos, o freqüencial. Medicina de pernas
para o ar. Quanto ao fato de Benveniste conseguir enviar sinais homeopáticos
via computador, nisso eu acredito e é aí que está
o futuro.
A medicação homeopática veicula uma informação
que é de ordem freqüencial, nada mais simples que com o evoluir
da tecnologia essa informação seja lida e armazenada em um
disco rígido e posteriormente enviada. Benveniste trabalha com tecnologia
de ponta jamais sonhada por estas plagas em algo que parecia impossível
há cinco anos. Hoje ele já consegue os primeiros resultados.
A medicina do futuro será fundamentalmente freqüencial e a
homeopatia é a sua precursora. Bill Gates ganhará, indústria
farmacêutica perderá. Homeopatia é o futuro agora.
Medicina de pernas para o ar.
Quanto à afirmação de que "a homeopatia se
baseia em princípio totalmente científicos e inexplicados
de ação medicamentosa que colocam a lógica de pés
para o ar" podemos esperar que realmente isso acontecerá, aliás,
isso sempre aconteceu em ciência. Copérnico colocou os nossos
antepassados de pernas para o ar, o mesmo o fizeram Kepler, Newton, Faraday,
Maxwell, Planck, Boltzmann, Michelson-Morley, Einstein e Hahnemann também.
O fato de ser portadora de uma prática onde alguns de seus passos
não estão totalmente explicitados apenas coloca a Homeopatia
como uma grande interrogação a ser resolvida e não
a ser denegrida. O mesmo aconteceu com a mecânica quântica
em relação à mecânica newtoniana. A homeopatia
nada tem de anticientífico, ela é apenas a ciência
do todo, da unidade do ser. A verdade não está apenas naquilo
que entendemos ou pensamos que conhecemos, ela sempre vem "à
posteriori".
Como homens de ciência devemos sempre estar prontos a acordar
de pernas para o ar.
Publicado no jornal "Correio
Popular", Campinas, 30/11/97
Para Saber Mais: A Homeopatia Funciona ?
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